Na dança, na música, nos muros da cidade
Onde você enfia o seu preconceito cultural?
No jeito de falar de quem escapa das normas
Mete o pau nas roupas, na falta delas
Enfia o dedo na ferida das corpas que rompem padrão
Onde? Por não gostar, não se identificar, não se afinar
Com formas outras de expressão, de brincar, de fruição
Quando não se parecem com o ideal eurocêntrico, cristão...
Sabe? Ninguém é obrigade a gostar das mesmas coisas
Mas respeito é bom e todo mundo gosta, né não?
Se não é igual ao que você aprendeu
Ao que te ensinaram ser bom, bonito, superior
Ao que você busca para si, por acreditar ser o melhor
Não vá dizer que o diferente não presta, viu, pai?
Em sua terra tem gíria? Na minha também tem
E por aqui quem é mãe não tem nome
Quem não é chamam também
Até quem é filha é mãe(zinha), é paizinho, painho, mainha
É meu vô, minha vó, é vô(inho), voinha
Vambora fazer o nosso e deixar a vida duzôto, véi?
Tendeu bê, viu coisinha?