A mulher de veste verde musgo
Enxuga meu corpo úmido
Das lágrimas que correm feito rio
Gélidas, às margens do meu leito vazio
Enxuga meu corpo úmido
Das lágrimas que correm feito rio
Gélidas, às margens do meu leito vazio
Sem ao menos ela saber...
Envolve os cabelos com tecido claro
E é claro, devolve o brilho dos meus olhos nus
É luz!
Da mulher de veste verde musgo
Suntuosos colares escorrem sobre o peito
É também magia, rubras gotas guia
Já me perdi nas contas do quanto me levou pra dentro
Sob o verde musgo jaz meu pensamento
É que essa mulher, ela nem sabe
Mas quem sabe entende
Que por não ser indiferente
Plantou seu olhar e fez brotar, enraizar semente
Cavou fundo em meu vazio
Desconfio que ela sente
A mulher de verde musgo veste o seu claro tecido
Descobrindo em minha frente o que me faz calar a alma
Até esqueço se estou a me dizer que eu devo ir com calma
Puro medo de doer
Porque a mulher de veste verde musgo
Tem uma beleza rara
Um olhar que nem de longe se compara
Aos tantos pares de olhos que já vi
E de tanto ver tudo virar cinza
De me perceber tão demasiada ou esvaziada à pinça
Ah! Mulher... Duvidei meu merecer.