Soprando Sonhos
... Um passarinho me contou
Estava lá
E lá ficou.
Então você lê pensamentos?
Um passarinho me cantou
Tremendo lá
E lá ficou
É você soprando sonhos!
Um passarinho me encantou
Sozinho lá
E lá ficou...
Ares de Junho
Bendito seja junho
Mês que nasci
Mês que nasceu minha filha
Mês que nasceu minha vó
Mês de Santo Antônio, São Pedro
São João,
Bendito seja Junho!
E suas típicas
Cores e Comidas
Cores e Licores
A lua fica rodeando...
Todas as luas. Todas.
Amados sejam os caranguejos
Que beliscam e não largam
Com olhos de água do mar
E as gemas gêmeas
Sereias...
Gemendo
De frio do ar.
Mês que nasci
Mês que nasceu minha filha
Mês que nasceu minha vó
Mês de Santo Antônio, São Pedro
São João,
Bendito seja Junho!
E suas típicas
Cores e Comidas
Cores e Licores
A lua fica rodeando...
Todas as luas. Todas.
Amados sejam os caranguejos
Que beliscam e não largam
Com olhos de água do mar
E as gemas gêmeas
Sereias...
Gemendo
De frio do ar.
Silêncio
Há sempre uma disputa, o exercício de poder, seja ele explícito ou não. Há a tentativa de minimizar, ou ridicularizar os sentimentos, as ideias, as palavras do outro. E há a imposição do silêncio, que mata sem fazer barulho algum, de vez em quando encontrando como cúmplice o estereótipo – fulano é assim – que, numa falsa ironia, carimba na pessoa um rótulo, do qual, uma vez carimbado, o impede do livre expressar-se. Uma vez que já se sabe nome e sobrenome do sujeito (o que ele faz, para que serve), que espaço tem o pobre dito cujo para dizer, redizer, ou desdizer quem é? Se a palavra tem poder, calar significa destituir o outro do poder, o poder divino de EXISTIR. Se o indivíduo pensa e logo existe, a palavra é a materialização desse pensar. Pensa e existe, fala e resiste... Cala-te! E morrerás. Há maneira mais vil de retirar o poder de existir do outro do que dizer por ele quem ele de fato é? E que constrangedor ser diferente do que dizem que somos, por respeito à imagem construída por nós mesmos. Quem detém o poder sobre a imagem, quem projeta, ou quem interpreta? E nessa disputa vamos falando e calando, pensando que apenas por olhar enxergamos a subjetividade nas imagens, a alma nos corpos, confundindo cegamente fotografia com paisagem. Onde reside a vida existe a mudança, sendo assim nenhum registro pode descrever com autenticidade um ser humano, e a ele, somente a ele, cabe o poder de descrever-se e reescrever-se, usufruindo do direito inerente e permanente da transformação.
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