Cordel pra Debussy

A Syrinx lá na França
Muita gente impressionou
E a obra centenária
Veio parar em Salvador

Vem contando a estória
De um deus nada jeitoso
Até chifre ele tinha
Parecia o tinhoso

Grécia antiga era o lugar
Onde aquele um vivia
Com os pés de cabra macho
Espalhando melodia

O seu nome era Pã
É sozinho que ele andava
Já gostava de mulher
Mas nenhuma ele pegava

O deus grego e sua flauta
Todo espanto me causou
Pois soprava nos pedaços
De uma ninfa que cortou

Ô meu povo não se assuste
Ela era de taboca
Sua alma ganha vida
Toda vez que alguém toca

Agora chegou a hora
Todo mundo vai sentir
A flauta de Pã moderna
Todo mundo vai ouvir

Desde a França à Salvador
Desde a Grécia até aqui
O Nordeste é o lugar
Que nós vamos aplaudir!


Poema Tupinambá

Pássaros, guerreiros
Somos todos vermelhos
Desejos e sons semeados pelo tempo...
Grito!
Pé no chão, solo
Sou eu minhas raízes
Cabelos e sonhos penteados pelo vento.